27 de março de 2011

FACTOS: RELAÇÃO ENTRE PIB PORTUGUÊS E CRESCIMENTO DO SECTOR UNIVERSITÁRIO

Pretendemos neste post informar e colocar à vossa consideração a potencial relação que existe entre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) português e o desenvolvimento que o sector universitário tem tido nos últimos 28 anos.
Tem sido norma no discurso político e na sociedade em geral, desde há décadas, da importância que o desenvolvimento das universidades têm no progresso do país, tanto no aumento do número de alunos que frequentam cursos superiores, como na atenção dada à investigação e desenvolvimento (I&D), no sector público e no sector privado.
O discurso político tem-se consubstanciado em factos e em investimentos concretos, como prova a abertura de novas universidades e politécnicos públicos, universidades privadas e institutos de investigação nas últimas décadas. Desde a década de 70 que surgiram os primeiros politécnicos e novas universidades, como a de Aveiro, Nova de Lisboa, Algarve, Minho, Trás-os-Montes, Beira Alta, etc. Já na década de 80 e 90, surgiram as universidades privadas.
Todo este investimento traduziu-se, desde a década de 70, num aumento pronunciado de matrículas nos cursos superiores e, consequentemente, em novas áreas de investigação e desenvolvimento.

Dados estatísticos
Remetemos abaixo para quatro gráficos que demonstram o número de inscritos nas faculdades pela 1ª vez no ensino superior, investimento bruto em I%D, investimento em I&B em percentagem do PIB e, finalmente, a evolução do valor médio anual do PIB por década:



                                                                   Gráfico 1 baseado em Dados de: Pordata


                                                                  Gráfico 2 baseado em Dados de: Pordata

                                                     Gráfico 3 baseado em Dados de: Pordata

                                           Gráfico 4 baseado em Dados de: University of Groningen


Análise


Verifica-se que, de forma consistente, o Estado tem investido na promoção do Ensino Superior e, consequentemente, no I&D público. O número de alunos inscritos subiu 50% de 1996 até 2010. O I&D privado segue a tendência do público, tendo descolado em valores desde 2005.
Pelo contrário, o crescimento médio do PIB tem diminuído a um ritmo elevado, década após década. De um crescimento médio anual de 6% na década de 60, passámos para um crescimento médio de 0,4% a 0,8% na década de 2001 a 2010.
Se a aposta no sector universitário e na I&D promove o progresso e o crescimento do PIB português, conforme a classe política nos faz ver e nos tem vindo a informar desde há décadas, então o que falta para que essa aposta se traduza em crescimento real da economia e no crescimento do PIB português?

A equipa editorial "caseira"                

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