11 de novembro de 2011

BCE - Banco "mãos largas", mas com "bolsos vazios" (Parte3)

Caros leitores e leitoras, após se terem esgotado todos os remédios que havia para curar uma pneumonia chamada Crise na União Europeia que temia em agravar-se todos os dias, recebemos notícias de que mais e mais personalidades se juntam à equipa dos que defendem uma impressão ilimitada de euros, custo o que custar.

Ainda hoje ouvimos Durão Barroso a pedir ao BCE para que seja mais activo em resgatar as dívidas de países. Humm, mas não foi Durão Barroso que promoveu e aprovou o Tratado de Lisboa? É que lá está escrito preto no branco que o BCE não pode adquirir dívida soberana, nem mesmo "às escondidas" como andam a fazer desde 2010.

Depois foi Cavaco Silva, esse grande economista da nossa praça. Se pouca credibilidade possuía, com afirmações destas significa que perdeu o pouco que restava, tendo há muito vendido a alma ao diabo. Ele sabe melhor que ninguém as consequências de imprimir moeda, mas as circunstâncias obrigam-no a esquecer-se dos princípios e dos meios utilizados para ver se atinge um qualquer fim.

E para fechar, o maior fã planetário de impressão de moeda também falou hoje: o laureado economista Paul Krugman. Este senhor é de longe a individualidade que mais aprecia este tipo de operação monetária. Infelizmente ainda não se deu ao trabalho de correlacionar as desastrosas consequências da economia americana na actualidade com este tipo de políticas. E parece que quer aplicar a mesma receita à Europa.

Desafio os leitores a referir um caso, num país ou grupo de países, que na sua história tenha implementado políticas de expansão monetária para liquidar dívidas e resgatar bancos e que tenha resolvido os seus problemas estruturais, retomando um caminho de equilíbrio orçamental e crescimento de economia.

Com casos de insucesso está a história recheada: Jugoslávia no final da década de 90, Zimbabwe há poucos anos, Alemanha em 1923, etc.

A verdade é que este tipo de política representa a política do facilitismo, de tapar um erro com outro erro, de adiar o inevitável mais um dia, na esperança que um milagre apareça e resolva tudo por magia. Basicamente, é uma política de gente incompetente. Lamentamos que a ideia esteja a pegar como um "meme". Nós aqui no Contas tudo faremos para contrabalançar esta avalanche de incompetência e má moral.

Tiago Mestre

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