9 de novembro de 2011

GAME OVER

Caros leitores e leitoras, há meses que aqui no Contas andávamos a aguardar pela primeira declaração política a referir uma separação de países dentro do euro. Tínhamos a profunda convicção de que seria inevitável, e as opções são basicamente duas: ou os países mais fortes forçam ou mais países mais fracos a abandonarem o euro, ou então os países mais fortes saem do euro e deixam a moeda à sorte dos países mais fracos.

A nossa inclinação sempre foi mais para a segunda opção, mas não, segundo uma notícia da Reuters, Angela Merkel e Sarkozy estão a pensar na primeira hipótese: expulsar os países mais fracos e tornar o euro uma moeda apenas reservada a um núcleo duro de países europeus.

Na imprensa internacional, muitos opinion makers desesperam, referindo que o Banco Central Europeu deve intervir em força asap. Oxalá Super Mario do BCE não lhes dê ouvidos e talvez o euro ainda sobreviva. Relembramos aos nossos leitores que num sistema capitalista os lucros são privados e os prejuízos também são privados. Não podemos privatizar os lucros e socializar os prejuízos, colocando o fardo em cima dos contribuintes. Contudo nos próximos dias teremos o mundo a vociferar para que Super Mario faça alguma coisa, já que se esgotaram todas as outras opções. Sugerimos a Super Mario e a Vítor Constâncio que não o façam porque... podem acabar na cadeia. O artigo 123º do Tratado de Lisboa proíbe explicitamente o resgate de países pelo BCE.

O escudo, o dracma, a peseta, a lira e outras moedas poderão muito bem estar de volta no curto prazo.
Portugal sofrerá consequência gravíssimas, tornando a recessão actual num mero passeio pelo parque. O país e as populações não estão preparados para isto.

URGE PENSAR NUM PLANO NACIONAL QUE CONTEMPLE:

1. A SAÍDA DE PORTUGAL DO EURO;
2. COLOCAR A MOEDA ESCUDO NOVAMENTE EM CIRCULAÇÃO;
3. IMPOR AOS CREDORES UM INCUMPRIMENTO GENERALIZADO DA DÍVIDA SOBERANA, TANTO DA TROIKA COMO DE INVESTIDORES PRIVADOS;
4. GARANTIR FORNECIMENTO DE BENS ALIMENTARES E ENERGIA;
5. MANTER AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ESSENCIAIS À TONA DE ÁGUA COM O MÍNIMO DE FINANCIAMENTO, NOMEADAMENTE POLÍCIA, TRIBUNAIS E ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS.

Tiago Mestre

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