30 de novembro de 2011

A impressão de dinheiro será planetária !

Caros leitores e leitoras, muito temos discutido aqui no Contas sobre as políticas de expansão monetária, e por cada dia que passa vamos assistindo com INCREDULIDADE CRESCENTE ao aumento do chamamento de todos os cantos da sociedade MUNDIAL para que se IMPRIMA TODO O DINHEIRO QUE FOR PRECISO.

Sabíamos que a Alemanha estava a isolar-se em toda esta história porque estava a ir contra a natureza humana mais básica e irracional.

A Alemanha queria que "sofrêssemos" pelos erros que cometemos, que pagássemos o preço pelas nossas asneiras. Esta cultura "meritocrática" é hoje tão anacrónica nesta dita sociedade moderna que custa a acreditar que ainda haja uns "teimosos" que querem levar essa cultura de rigor e austeridade até ao fim.

Efectivamente os tempos mudaram, e mudaram de tal forma que hoje o erro é compensado, a asneira é perdoada, e quem provoca mal à sociedade é "levemente punido" para que não fique com cicatrizes psicológicas e assim consiga reintegrar-se novamente. O triste desta história é que ninguém prova que esta nova forma de gerir as sociedades é sustentável. Como é o que está agora na moda, vamos todos na corrente e depois logo se vê.

Esta cultura de "bandalheira" vê-se na educação que os pais dão aos filhos, nas facilidades e apoios que são concedidos aos alunos, em toda a espécie de subsídios que o Estado garante a gente que está perfeitamente apta para trabalhar, e mais recentemente o Estado a salvar instituições privadas da falência com dinheiro dos contribuintes com a razão do perigo de "risco sistémico". Esta última acção política é que realmente "parte a louça toda". É mau demais para ser verdade e demonstra bem a falta de coragem desta gente que hoje comanda os destinos do planeta Terra.

Hoje ficou acordado entre os principais líderes dos países do planeta de que os seus Bancos Centrais estarão todos de acordo em imprimir tanto dinheiro quanto for necessário para que as já falidas instituições bancárias e países insolventes, como Portugal, continuem a poder cometer os mesmos erros, as mesmas asneiras, apostar em produtos cada vez mais arriscados e de maior carácter especulativo.

Caso esta operação tenha sucesso, o capitalismo mundial e os mercados terão finalmente a sua sentença de morte, sobrando apenas especulação, manipulação, intervenção estatal e um mercado de derivados que chegará bem depressa aos mil triliões de dólares. Não esquecer que o PIB do planeta ronda os 65 triliões de dólares, significando que em caso de colapso destes "mercados", a impressão de dinheiro terá que ser tão massiva que instantaneamente se instala a hiper-inflação e as nossas notas de euro deixarão de possuir qualquer valor intrínseco.

Será de esperar nos próximos meses uma acalmia nos mercados da dívida soberana e as bolsas de acções verão dias mais coloridos mas...   tudo isso será sol de pouca dura porque, o crescimento do PIB, que depende da meritocracia na sociedade e de energia barata e abundante ficar-se-á pelo caminho. Estamos com elevada espectativa para ver até onde é que o preço do barril de petróleo e da onça de ouro irão parar com toda esta facilidade na impressão de dinheiro. Não nos admiraríamos nada ver o petróleo a subir para valores acima dos 150-200 dólares e a onça de ouro a transaccionar bem acima dos 2500 dólares.

E quem é que se vai "lixar"? O mexilhão. O poder de compra continuará a cair e o desemprego manter-se-á em valores recorde, os patrões não quererão continuar a assumir riscos num ambiente em que a inflação e a volatilidade são reis e senhores, deixando o investimento pelo caminho e abrindo ainda mais portas para maior intervenção estatal e impressão de dinheiro.
Para quem possa estar ainda confuso, os países floresceram e enriqueceram nos últimos séculos devido ao talento do seu povo, com a meritocracia a impôr-se a qualquer outro sistema. A riqueza é criada quando as circunstâncias são tais em que alguém que sabe o que fazer possui a liberdade para o fazer. O Estado e a intervenção estatal nunca entraram nesta equação, apenas serviam de árbitros e não possuíam presença nenhuma na economia. Desde que o Estado assumiu muitas responsabilidades na economia que estas começaram a cair, a cair, e hoje vemos os países ocidentais sem agricultura, com pouca indústria, o Estado a pesar 50% do PIB e o sector terciário a valer 70 a 80% do PIB. Estamos todos à espera, e assim não prevalecem qualidades como o talento, a criatividade, a inovação, o investimento, a organização empresarial e o crescimento económico. Simplesmente é impossível.

Estamos realmente num período incrível da nossa história pelo que não queremos perder "pitada".

Tiago Mestre

Sem comentários: