16 de setembro de 2012

Espanha: a UE em ponto pequeno ?

Para todos os europeístas que julgam que as diferentes culturas se "adaptam", e que as fronteiras, feitas à custa de muito suor, sangue e lágrimas, se "virtualizam", sugerimos que leiam um pouco mais sobre a história da Europa nos últimos 10 séculos.

Como é bom e agradável imaginar que em 50 anos os europeus conseguiram e conseguirão relativizar tudo isso recorrendo... à política e aos políticos !

Não quero ser mauzinho, mas sinceramente, parece-me uma história própria dos contos infantis que a minha mãe me contava há quase 30 anos para eu adormecer.

Não consigo mesmo ver em que premissas e fundamentos culturais e históricos se baseia este pessoal para acreditar que tal homogeneização é possível. Ou então acreditam que poderemos continuar todos diferentes, "suportando-nos" todos uns aos outros para sempre. Nem sei qual das 2 opções é mais desligada da realidade.
E para agravar a questão: em que classe se baseiam estes "eruditos" europeus  para regular, estimular e catalisar esta aproximação?
NA CLASSE POLÍTICA.

Se os povos europeus tiverem a vontade, os meios e a liberdade para o fazer, não tenham dúvidas que o farão, mas se não tiverem essa vontade, não o farão. E temos que respeitar as suas opções.

Mais uma vez, não é porque eu acho que seremos "melhores" e mais ricos dentro da UE que julgo que nos devemos aproximar dela.

É antes o POVO que decide se está disposto a abdicar daquilo que tem ou não tem em troca daquilo que julga que poderá vir a ter ou não ter no futuro.
Se não quiser, não avança
Se quiser, avança.
Se se sentir bem, continua.
Se se arrepender, deve poder recuar.

Forçar uma aproximação com cedências de soberania e transferências forçadas de riqueza de uns para os outros parece-me que forçará os europeus a reagir exatamente no sentido oposto. Uma espécie de reflexo nervoso ação-reação.
O respeito que os povos foram nutrindo naturalmente uns pelos outros ao longo dos últimos 60 anos, mesmo sem se conhecerem de lado nenhum, parece fatalmente ameaçado por esta "mão invisível" que julga saber o que é melhor para todos nós lá das torres de Bruxelas, como se fôssemos todos uns atrasadinhos.

Que presunção, que soberba, que ignorância. Santa Paciência.

E no entretanto, com os europeus a perder poder de compra, e os objetivos oficiais da UE a esbarrarem nas forças da Mãe Natureza, outros valores se alevantam:


Artur Mas, governador da Catalunha, com as bandeiras da Catalunha e da UE. Falta uma...
Já se fala em referendo e em independência.

O artigo de onde retirei a fotografia, publicado no Open Europe Blog, explica bem este fenómeno.

Tiago Mestre

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