4 de outubro de 2012

A entaladela nos empreendedores..

Umas contas rápidas:

Se uma pessoa decide investir as suas poupanças que acumulou durante uns anos numa empresa ou em qualquer outro investimento reprodutivo, e mais tarde decide retirar o seu investimento, terá sempre que passar por esta barragem fiscal a partir de 2013:

Imposto em sede de IRC sobre os lucros: 25%

Imposto em sede de IRS (taxa liberatória): 28%

No total, serão 54% dos seus rendimentos, do seu esforço, do risco em ter investido sem saber se iria perder ou não, que desaparecerem sobre a forma de impostos.

Caros leitores e leitoras, desta forma, nem os atuais empreendedores se quererão manter no barco, e muito menos novos empreendedores se quererão juntar à viagem.

Ser empresário transformou-se num exercício de estilo, em que cada um sobrevive como pode e faz como acha melhor, sendo certo que a vontade em fugir é gigantesca, independentemente do seu intelecto ou da sua consciência.

Sempre que ouvirem os políticos a falar da necessidade de mais empresas e mais empresários, não se esqueçam destes números: 54% de confisco fiscal para que os lucros retornem ao empresário.

Para escrever este posto inspirei-me noutro, do Testosterone PIT, que relata a discórdia dos empresários franceses para com o novo confisco fiscal que Hollande lhes quer impôr, sendo que em terras gaulesas o valor ascenderá a 60,5%.

Tiago Mestre

1 comentário:

Manuel Galvão disse...

Não será bem assim, pois ninguém cria uma empresa metendo lá todos as suas poupanças.
Os bancos servem precisamente para apoiar esses investimentos e aceitam emprestar 300 ou 400% do capital "arriscado" pelo investidor.
É claro que o negócio tem que ser claramente viável à partida, de acordo com a experiência do banco.
O problema é que, segundo a mentalidade de muitos pequenos investidores, quem abre um cafésito ali na esquina já é um Sr. Empresário que não se contenta com menos de um BMW 320D...
A taxa de IRC para pequenas empresas poderia ser muito menor se a legislação não considerasse custos fiscais aqueles que não contribum diretamente para a formação do custo de produção.
Almoços, viagens, carros caros não utilizados ao serviço da empresa,
etc etc.
25% sobre os lucros calculados desta forma até nem me parece muito, comparado com o IRS.