23 de outubro de 2012

Como poderíamos tentar prever o PIB? (Parte 3)

Evolução da dívida total acumulada por setor.
Dados Banco de Portugal, Boletim Estatístico, Quadro K.1.2

Com este gráfico confirma-se que o aumento da dívida nacional, nos dias que correm, se deve ao aumento da dívida pública fruto dos sucessivos défices anuais que o Estado gera.
As famílias já estão a baixar o endividamento, tendo atingido um pico de 179 mil milhões em 2009.
As empresas continuam muito endividadas, e sempre que há uma redução na concessão de crédito por parte dos bancos, as empresas vêem-se logo à rasca porque não conseguem ter lucro suficiente para pagar juros e capital. É o monstro em todo o seu esplendor.
As empresas públicas estão sufocadas em dívida, mas parece que a festa para estas também acabou.
E é o Estado que tenta compensar todo este desmame com mais e mais dívida, mas também ele próprio está comprometido com a troika em baixar défices.

Conseguirá o Estado sair de cena (défice zero) para que o resto da economia se possa endividar mais ainda e com isso fazer crescer o PIB qualquer coisa? O stock de nova dívida é finito, como sabemos.
Ou poderemos estar a caminhar para um fenómeno do tipo "Peak Credit", sendo possível antecipar desde já  quedas sucessivas do PIB até que a dívida se torne um valor aceitável aos olhos dos investidores?

Tiago Mestre

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