1 de outubro de 2012

Espanha não pára de anunciar novas revisões do seu défice público

No princípio do ano o objetivo era 5,3% do PIB
Depois passou para 6,3%
Agora já dizem que será de 7,4%
Notícia Zerohedge

Em Dezembro veremos o resultado final.

É assim que as previsões douradas do governo espanhol e da Comissão Europeia teimam em falhar sistematicamente, inundando a opinião pública de aldrabices e mais aldrabices sem que esta se possa defender e proteger de tanta falsidade e de tanta esperança vã.

Olli Rehn, essa figurinha tecnocrata, politicamente muito correta, de cara muito séria, coadjuvante de Barroso na CE para os assuntos económicos e pago por todos nós, veio dizer na semana passada que os objetivos do OE2013 espanhol superavam em certos aspetos as exigências da própria CE. Uau, quanta previdência.

E agora Olli Rhen? Que dizer destes números?
Pois, foi a recapitalização do setor bancário ou uma recessão maior do que o previsto que obrigou a este aumento "súbito" do défice.
Pois, há sempre uma justificação, há sempre qualquer coisa que aparece e que não estava prevista.
Well done Olli...

... e cá estaremos para ver a execução orçamental de Espanha em 2013 e sua Santa Previdência orçamental.
É que se o défice de 2012 ficar pelos 8 ou 9% do PIB, o esforço para se atingir para o ano os 5,3% do PIB, meta falhada para 2012, será gigantesco.

Reduzir o défice em 3 ou 4 pontos percentuais do PIB num só ano recorrendo apenas a aumento de impostos, porque já todos sabemos que a despesa não se irá reduzir, é querer continuar a viver no País da Alice das Maravilhas.

Se o PIB de Espanha for de 1050 mil milhões em 2012, então reduzir o défice em 3 pontos percentuais (de 8,4 para 5,4% ) significará um corte de 31,5 mil milhões de euros no défice em 2013, só para tentarem atingir a percentagem que já deveria ter sido obtida em 2012.
In your dreams, Olli

Olli, a tua atual presença em Madrid para rever estas contas só poderia produzir uma conclusão honesta:

A total falha nas metas acordadas e a constatação de que as finanças e a economia "desenhadas" por tanta cabecinha pensadora em Bruxelas que, desde há 35 anos, acredita na planificação centralizada como força salvítica dos erros do ser humano, são um total e completo logro político e económico.

E só uma consequência séria poderia estar em cima da mesa:

Libertar Espanha deste jugo europeu e retomar o seu próprio caminho de liberdade soberana e económica, sabendo nós que agora é tarde demais para uma recuperação "normal" de uma economia completamente afundada em dívida e sem força na economia privada para "ajudar" a salvar o Estado e já agora, os bancos, do buraco negro em que se deixaram enfiar.

Tiago Mestre

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