10 de outubro de 2012

Ouro e medicamentos, o novo filão exportador

Inspirando-me na notícia que o Vivendi postou acerca da força do ouro nas exportações, ocorreu-me o seguinte:

Segundo consegui apurar, o Ministro da Saúde conseguiu baixar o preço dos medicamentos à saída da indústria farmacêutica nos últimos tempos.

Mas a indústria farmacêutica não vende às farmácias, apenas vende aos revendedores, tipo Alliance Healthcare e outras, que têm a responsabilidade de entregar os medicamentos nas farmácias.

Mas estas podem revender a farmácias fora de Portugal, desde que não haja rutura de stock nas farmácias nacionais. Parece que é o Infarmed ou a Apifarma (não me recordo em concreto) que têm que fiscalizar estas questões.

Mas segundo sabemos, e penso ser do conhecimento geral, muitas farmácias não conseguem cumprir com os pagamentos, e os fornecimentos de medicamentos são suspensos, obviamente, ficando nos stocks dos revendedores.

Moral da história:
Temos agora uma nova indústria exportadora: Fármacos.

E que a juntar à venda de ouro, metais preciosos e outros, seria interessante saber que percentagem têm no valor global das exportações em Agosto de 2012 face a Agosto de 2011.

Tiago Mestre

4 comentários:

Pedro Miguel disse...

Olá Tiago,

ontem vi uns número que apesar do situação criar alguma rotura, essas exportações apenas representam 3% das vendas desses revendedores.
Curiosamente também falava que representavam 20% da margem.

vazelios disse...

As exportações de texteis cresceram 9,4% (a citar de cor) Vs periodo homologo.

Pode-se exportar muito ouro, fármacos e outros, mas ainda existem sectores tradicionais (não muitos é verdade) que se estão a portar bem

Tiago Mestre disse...

Muito bem.

Fui ao site do INE, e no mapa hoje divulgado não dá para perceber estes detalhes

Pedro Miguel disse...

"Outras rubricas, como a crescente exportação paralela de medicamentos (com influência inferior a 0,3% no ritmo de crescimento), retiram algumas décimas adicionais de realidade ao ritmo exportador."

http://www.ionline.pt/dinheiro/portugal-exportador-40-crescimento-das-exportacoes-vem-ouro-combustiveis

Essa parte é uma frase de um artigo de nome:

Portugal exportador? 40% do crescimento das exportações vem do ouro e combustíveis

O artigo explica que o gasóleo, com menor procura interna tem vindo a ser exportado.
Parece-me lógico.
Ao mesmo tempo, diz que o ouro representa 8% do aumento de exportações, motivo crise, mas também motivo da grande subida do seu valor. Também é lógico.

A parte que ponho um mínimo de dúvidas no artigo é esta frase:

" Os planos da Galp para reequilibrar a refinação em função do perfil de consumo interno limitarão no futuro este canal exportador (que implica a importação cara de petróleo, mitigando o valor acrescentado para a economia). O impacto adicional homólogo tenderá a ser cada vez menor."

O consumo de gasóleo caiu de forma homóloga 8,5% em Junho.
Se me vez dos dados 2011, tomarmos em conta os de 2010 do gasóleo rodoviário (4,9 milhões toneladas):
Representa uma queda de 416,5 mil toneladas.
Contudo, a conversão da refinaria de Sines representa uma aumento na produção de gasóleo de 2,5 milhões de toneladas (um ganho de 450 milhões de euros por ano para a balança comercial portuguesa). Suficiente para reforçar o impacto exportador dos combustíveis.
A exportação de combustíveis deixa de ser conjuntural e passa a ser estrutural.


Durante a pesquisa encontrei um estudo interessante de 2007 sobre a deslocalização do consumo de combustíveis:
http://www.apetro.pt/documentos/folha44.pdf