3 de outubro de 2012

Se cai a TSU, o que é que se levanta? (Parte 3)

É o aumento do IRS que se levanta.

Sugerimos aos manifestantes logo após à manifestação de 15 de Setembro que não deitassem as faixas e os cartazes para o lixo, porque se tinham motivos para sair à rua, certamente que voltam novamente a tê-los.

Talvez com uma nova manifestação percebam que por muitas manifestações que façam, a realidade não irá mudar, porque sempre que há manifestações nada se produz, nenhum rendimento é gerado e nenhuma conta é paga. Purgam-se almas, o que já não é mau.

E não deixa de ser curioso que todos os comentadores e jornalistas que tanto criticaram o aumento da TSU, incluindo o Gomes Ferreira da SIC, se apressem agora a justificar que este pacote de austeridade não tem nada a ver com o anterior.
Por exercício de coerência, deveriam ter dito na altura de que se a TSU era "má", e portanto deveria cair, então outra coisa se iria levantar, que poderia ser pior, melhor ou igual. E levantou mesmo, claro.

Lamentamos refutar o Gomes Ferreira, mas a queda da TSU tem mesmo a ver com a subida do IRS, porque a queda da TSU tinha como objetivos:
- Dar cumprimento à decisão do TC, que exigia que a distribuição dos sacrifícios não fosse só do lado do setor público. Repunha-se a tal equidade ao "roubar" um salário ao privado e conceder um subsídio ao público
- Tentava reduzir o desemprego e reduzir a recessão ao "dar" mais dinheiro aos patrões, promovendo menor queda na coleta fiscal e menor necessidade de aumento de impostos, apesar de que estes seriam certamente aumentados, mas não na proporção do que foi hoje anunciado.

O plano poderia não resultar, e provavelmente até seria esse o caso, mas era este o objetivo e a crença do governo António Borges.

Não se tira de um lado, tira-se do outro.

Aborrece-me esta vertigem de se criticar o imediato, sem se querer ver o antes, o depois e o alternativo. Parece que saltamos de vertigem em vertigem sem perceber o desequilíbrio estrutural em que estamos enfiados.

Tiago Mestre

3 comentários:

Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

E a despesa ninguém fala.

Como se gere uma casa ou uma empresa sem controle na despesa?

É atirar ao mar o excesso de carga enquanto é tempo senão o navio vai mesmo ao fundo.

Filipe Silva disse...

O Gomes Ferreira que se vá F.....


OS pensionistas e Funcionários Públicos não, repito NÃO pagam impostos.

A TSU era muito melhor, os patrões se tivessem dois dedos de testa, colmatavam a perda de salário, e assim comia se 7% aos FP, que como disse em cima , Não pagam imposto.

Agora retira se €€ do sistema produtivo.

O parvalhão do Gomes não se revolta pelos 54,5%? Repito 54,5%?, onde está o incentivo a trabalhar?
Tributar fortemente quem poupa?
Tributar pornograficamente quem investiu em imobiliario?

Suspeito que devem existir pessoas hoje que não ganham o suficiente para fazer face aos impostos.

Estou um bocado farto deste Gomes que hoje não vi revoltado, sempre a mesma lenga lenga, dos ricos não pagam e mais não sei o que.

Mas se estes pagarem tudo depois sobra o que para investir?

Precisamos de investimento externo como pão para a boca, e aumentamos os impostos?

Como disse no anterior comentário, que se demitam, e digam a verdade, digam as pessoas que o Estado social levou nos ao abismo, e a sua manutenção vai nos assassinar.

Muito fraco muito fraco