20 de setembro de 2012

Meu Querido mês de Setembro

A 3 de Setembro publicámos um post onde dávamos a nossa interpretação sobre o que se passou em Agosto e a perspetiva do que se iria passar em Setembro.

Fenómenos como a aprovação do ESM reforçado pelo Tribunal Constitucional alemão e a crença de que Draghi terá o poder de imprimir ilimitadamente reforçaram a minha convicção de que os mercados em Setembro poderiam subir ainda mais.
Tais epifenómenos revelaram-se certeiros e os mercados reagiram positivamente.

Aliás, a partir do dia 6 de Setembro, os mercados reagiram violentamente no sentido ascendente. Ainda só vamos a 20 de Setembro, mas quem comprou ações a 3,4 de Setembro e as vendeu hoje já realizou mais valias expressivas.
Quem investiu está de parabéns, o que não é o nosso caso, por falta de capital!

Estes ganhos em bolsa em nada têm a ver com os fundamentos das economias dos próprios países, ou seja, são hoje os bancos centrais que dominam as espectativas dos investidores. Como já escrevemos no passado, os investidores são hoje mais Fed Watchers do que risk takers.

Desde que as empresas cotadas não caiam na falência e obtenham crédito infinitamente, está tudo bem.


Em 17 dias o índice passou de 5050 para 5337, valorizando 5,6%...   Nada mau!


E qual é a nossa perspetiva para os próximos tempos?

Não acreditamos que este ciclo se mantenha, e porquê?
-  Os estímulos positivos que Draghi, Bernanke e Merkel deram aos mercados durante Agosto e Setembro são tão avassaladores na sua amplitude de impressão de dinheiro que dificilmente poderão apresentar algo ainda mais estimulante daqui para a frente;
- Como uma droga, queremos sempre mais, e começando a passar o efeito positivo do estímulo anterior, só já nos interessa o próximo;

Penso que só há uma forma a sério deste ciclo se perpetuar por mais algum tempo:

É Draghi começar mesmo a imprimir e por em marcha o seu plano de aquisições soberanas OMT (Outright Monetary Transactions), mas para tal, Espanha e Itália precisam de pedir resgate formal, ou então, exercerem um lobby de tal forma intenso em Bruxelas que as isente dessa "chatice" burocrática e política.

Sobre isso só podemos especular, nada mais.

Tiago Mestre

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